O primeiro passo agora será o recrutamento dos participantes, que serão acompanhados em 14 centros de pesquisa.
Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
A
vacina contra a dengue do Instituto Butantã, que teve a última fase
para testes em humanos liberada pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), como revelado nesta sexta-feira, 11, pelo jornal O
Estado de S.Paulo, será testada em 13 cidades, incluindo Recife, Manaus,
Belo Horizonte e Porto Alegre. São Paulo será o primeiro município a
ter as doses. Segundo o instituto, 17 mil voluntários, em todo o País,
participarão do processo e a estimativa é de que a vacina esteja até
2017 na rede pública. A dose será única e capaz de proteger contra os
quatro tipos de dengue.
O primeiro passo agora será o recrutamento dos participantes, que
serão acompanhados em 14 centros de pesquisa. Os trabalhos nas unidades
não começarão ao mesmo tempo, e os voluntários serão monitorados durante
cinco anos. Na capital, os estudos vão ser realizados na Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e na Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo.
"Pelos dados que temos da fase 2, o nível de anticorpos está elevado,
o que nos faz pensar que (a eficácia) é muito grande. O tempo (de
duração do teste) vai depender de quanto vamos demorar para recrutar,
mas muita gente quer participar", explicou Jorge Kalil, diretor do
Instituto Butantã.
Segundo ele, cartazes com explicações sobre o teste serão colocados
nos centros de pesquisa. Pontos avermelhados no corpo e dor de cabeça
estão entre os sintomas que podem aparecer em pacientes. Embora a vacina
seja produzida com o vírus da dengue enfraquecido, os voluntários não
correm o risco de ter a doença
POR FAIXA ETÁRIA- O Instituto Butantã dividiu os
testes em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos.
"Os testes serão feitos da maior para a menor faixa (ou seja, dos idosos
para as crianças), o que contribui para a segurança do experimento.
Dois terços dos participantes vão receber a vacina e um terço receberá
placebo (concentrado que não contém medicamento)", disse o secretário de
Estado da Saúde, David Uip.
O investimento para essa etapa da pesquisa deve superar os R$ 200
milhões, de acordo com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que esteve
nesta sexta no lançamento da nova etapa. "A fase 3 pode chegar a R$ 270
milhões, porque deve ter um acompanhamento muito rigoroso, envolve um
grande número de médicos e as pessoas precisam ter uma análise clínica
antes, durante e depois."
PRODUÇÃO- Segundo David Uip, uma reunião será
realizada na próxima segunda-feira (14) com empresas nacionais e
multinacionais para abordar a produção em larga escala da vacina.
"Estamos diante de uma vacina estratégica para o País e para o mundo. Se
isso se comprovar, a nossa escala de produção tem de ser em nível e
perfil mundial."
Sem dar detalhes, ele afirmou que também há planos para a produção de
uma vacina contra o zika. "O instituto já está se preparando para
elaborar um protocolo em busca de uma vacina tanto para chikungunya como
também para zika vírus."
Apresentado em abril na Anvisa, o pedido foi analisado "em regime de
prioridade", segundo o órgão federal, por se tratar de um tema de
relevância para a saúde pública. A solicitação foi feita antes mesmo da
conclusão da fase 2 dos estudos, que só aconteceu em junho deste ano.
NE 10 INTERIOR
http://noticias.ne10.uol.com.br/saude/noticia/2015/12/11/vacina-da-dengue-sera-testada-em-13-cidades-e-tera-dose-unica-585811.php